terça-feira, 28 de junho de 2011

Seja bem-vindo ao Circo!

Essa arte é considerada a mais popular de todas e encanta gerações há séculos com seus palhaços, trapezistas, malabaristas, e muitos outros...

Circo de Astley, em Londres, desenhado por Thomas Rowlandson e Augustus Pugin. (1808-1811)


O circo moderno é uma cidade sem código postal. É uma verdadeira comunidade itinerante de artistas que transformam estacionamentos e outras áreas vazias, mesmo que por apenas uma ou duas semanas, em um lugar mágico, onde trapezistas desafiam a gravidade, malabaristas contrariam a lógica, animais selvagens e seus treinadores surpreendem as expectativas e palhaços encantam com suas trapalhadas.

Esse espetáculo, que reúne artistas com habilidades diversas, é muito antigo, e sua origem é incerta. O que se sabe é que desde sempre o circo possui um imenso poder de atração sobre o público. Vamos fazer uma viagem por essa história?



Segundo a pesquisadora Erminia Silva, em estudo sobre as artes circenses, o circo nos moldes do que conhecemos hoje tem origem na Inglaterra do século XVIII, através do suboficial de cavalaria Philip Astley.

“Espetáculos a céu aberto, com homens evoluindo em pé sobre o lombo de um ou mais cavalo, são famosos desde 1768 na Inglaterra. Philip Astley, que se apresentava com sua companhia em provas eqüestres desde então, inovou e transferiu esse tipo de apresentação para dentro de uma arena. De início, fazia apenas apresentações eqüestres, alteradas posteriormente com a introdução de números de saltimbancos em seus entre-atos, com o objetivo de imprimir ritmo às apresentações e dar um entretenimento diferente ao público”, explica.

A partir de então, essa ideia se espalhou pela Europa e pelo resto do mundo, tornando-se o modelo de circo utilizado até hoje.

Escolas de circo

A transmissão do saber circense, de acordo com a pesquisadora Erminia, era realizada oralmente, entre os membros das famílias que trabalhavam com essa arte. Com o passar dos tempos, essa forma de perpetuação do conhecimento foi se modificando, e começaram a surgir as escolas de circo.

A pesquisadora Cláudia Heringer Henriques diz que o aparecimento da escola proporciona um maior intercâmbio de conhecimentos, uma diversificação das modalidades, dos estilos, e fundamentalmente concretiza um conhecimento mais sistemático, organizado e talvez científico.

“O surgimento de escolas marcam a continuidade da história do circo através da sistematização da técnica dos movimentos a serem ensinados. Elas se transformaram em centros de intercâmbio da cultura circense. A modernidade facilitou a disseminação do conhecimento mais rapidamente”, diz.

No Brasil, a primeira escola de circo foi a Piolin, que se instalou em São Paulo, em 1977. Em 1982, surgiu a Escola Nacional de Circo (ENC), no Rio de Janeiro. Prestes à completar 30 anos, ela se tornou um dos principais centros de artes circenses do Brasil. E para conheceremos melhor esse trabalho entrevistamos a diretora da instituição, Regina Miranda:


Para saber mais sobre a trajetória do circo no Brasil clique aqui.

Artistas Circenses

O esforço físico que o circo requer faz seus artistas serem considerados atletas. E como rigor e disciplina são partes do treinamento de qualquer atleta, no circo não é diferente. Os alunos da ENC são a prova de que essa fórmula pode dar muito certo.


O circo se reafirma

Apesar de ser uma arte antiga e que passa por muitas dificuldades para se manter, o circo segue em frente e mostra cada vez mais a sua força. Exemplo disso são grandes companhias como o Cirque du Soleil, que realizam um trabalho sério e que encanta multidões em todo o mundo.

Instituições circenses como o Cirque fazem parte do movimento Novo Circo, que surgiu nos anos 1970. Formado por profissionais e artistas performáticos, vindos de experiências teatrais, coreográficas, cenográficas e da dança, entre outras, eles desenvolvem a linguagem circense fora dos espaços dos circos de lona, participando da fundação de escolas e da constituição de diversos grupos artísticos.

“Pode-se considerar, hoje, que uma das grandes contribuições deste movimento é a reafirmação do quanto a linguagem circense e o modo como os circenses produzem seus espetáculos estão permanentemente abertos para as articulações com as várias linguagens artísticas, demarcadas pelas suas características polissêmicas e polifônicas. Com este movimento amplia-se, em qualidade, quantidade e variedade, o número de pessoas que se envolvem e divulgam a linguagem circense”, explica a pesquisadora Erminia.
  
Se você gostou do tema e deseja conhecer outras escolas de circo no Brasil, clique aqui!


Obs: Matéria escrita pela autora desse blog em parceria com o jornalista Wedis Martins.

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